domingo, 24 de fevereiro de 2008

Foto: Rafaela Mendes

Uma palavra que ficou na garganta, uma atitude amarrada pelo medo, um passo que não foi dado. Tarde nublada, chuva molhando a rua, as plantas, a casa, tudo o que ela conseguia alcançar.

De certa forma o frio a fez pensar que a tempestade inundou aquele lugar. Ela olhava pela janela, o pensamento distante, as mãos encolhidas, o semblante de quem prefere a morte àquele sentimento. As lembranças do passado atormentavam o sono daquela que um dia sorriu sem pudor. Tudo por causa de algo que ela nem sabe o que é. Mas o arrependimento se encarregou de transformar dor em pranto, tristeza em depressão. Os dias dela se arrastam devagar, a cabeça baixa, o olhar triste, a hora que não passa, a música que sempre toca. Tecnologia avançada demais para o que ela achava ter sentimento de menos. Talvez ela não soubesse que quantidade é relativo, o que é muito pra uns é pouco pra outros.
Sentada em frente à janela ela percebe que o céu ainda está nublado, a chuva continua caindo, mas ao fundo vê uma claridade, seus olhos brilham. Ela sente o pulmão encher de ar. Será que a tempestade vai passar?


Catarina Barbosa

2 comentários:

Nicolly ♥ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nicolly ♥ disse...

Já passei por uma situação parecida ... sei bem como é isso!!!
Vc é D+ minha linda
Gostei mt!

bjinhusss