terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Embora eu realmente já saiba que o meu romantismo antigo perdeu a voz e não grita mais, eu ainda o cultivo dentro de mim e agora eu sei bem que ali mesmo é que é o seu lugar, escondido, protegido e calado.
Por muito tempo levantei minha voz contra todos os sentimentos, deixava sempre bem claro para quem se pusesse a me ouvir, que era apenas com amor e acima de tudo por amor que a gente poderia conhecer o sucesso e a felicidade.
Vieram muitas críticas, tentaram com todas as armas me ameaçar, armas que disparavam palavras duras, olhares confusos e atitudes impensadas, talvez, queriam mesmo fazer com que eu acreditasse que o meu modo de viver já estava antiquado e eu precisava urgentemente avançar.
Relutei de início, mas resolvi mudar. Troquei a emoção pela razão, o vermelho pelo cinza, os textos, as letras e aquelas melodias também. Mudei não por crise de identidade, mudei porque percebi que o mundo inteiro não acreditava mais no amor, alguns até não sabiam nem de sua existência, mudei porque hoje eu sei que não preciso mais contar às pessoas o que eu penso, como eu ajo, como eu vou agir, mudei sim, mudei por fora, sou aço, pode falar o que quiser, pode vir e se preferir ir embora, siga. Pode pisar no meu calo eu viro bicho na hora, mas depois fica tudo bem. Mudei porque eu quero observar resultados.
Quero estar bem viva quando surgirem as campanhas mundiais fazendo apelo ao amor "Ame o desconhecido, ame os seus pais, seus irmãos, seus verdadeiros amigos, apenas ame. Aprenda amar: por um mundo mais feliz".
Quero poder fazer do meu romantismo antigo o meu remédio futuro que me cure de todo o caos.
Quero poder assistir à procissão do fim do mundo nos jornais televisivos, de camarote da minha janela e ter a certeza no coração de que esse é o futuro que esse povo mereceu.
Quero poder assistir à destruição, com uma paz eterna dentro de mim.


Tylla Lima

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